Escrito por quem se reconhece -desprovido de títulos que- o -habilitem a exercer de crítico literário e- arrogando-se -apenas a qualidade de admirador da vida e leitor compulsivo da obra do Mestre-, este livro de Manuel de Lima Bastos, cuja agradável leitura nos leva a conhecer melhor o autor de Andam Faunos pelos Bosques, cruza memórias pessoais, a paixão pela gastronomia, a caça, com figuras e locais do universo aquiliniano, num bem organizado guia ou roteiro, a que não falta a ironia e a crítica social, política e judiciária (bem patente, por exemplo, nas referências ao vergonhoso processo de Quando …
Escrito por quem se reconhece -desprovido de títulos que- o -habilitem a exercer de crítico literário e- arrogando-se -apenas a qualidade de admirador da vida e leitor compulsivo da obra do Mestre-, este livro de Manuel de Lima Bastos, cuja agradável leitura nos leva a conhecer melhor o autor de Andam Faunos pelos Bosques, cruza memórias pessoais, a paixão pela gastronomia, a caça, com figuras e locais do universo aquiliniano, num bem organizado guia ou roteiro, a que não falta a ironia e a crítica social, política e judiciária (bem patente, por exemplo, nas referências ao vergonhoso processo de Quando os Lobos Uivam). De difícil classificação, pois não é narrativa pura, nem ensaio, nem biografia, nem livro de memórias, nem crítica literária, sendo um pouco de tudo isso, À Sombra de Mestre Aquilino ficará certamente a integrar, com proveito, a bibliografia passiva daquele que é um dos escritores mais ricos, mais apaixonantes (e menos estudados) da literatura portuguesa, cuja importância só me parece ter paralelo no brasileiro João Guimarães Rosa, e que urge redescobrir, fazendo com que -regresse aos textos escolares donde foi vergonhosamente banida já em tempos de democracia-, como denuncia oportunamente o autor.
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