O século XIX nos interroga hoje pela
intensidade das transformações
que atravessaram a experiência humana
no Velho e no Novo Mundo, transformações
que reconfiguraram as relações
próprias do Antigo Regime em um
complexo sistema de hierarquias reiteradas
e de identidades compartilhadas.
Esse livro de artigos tenta buscar elementos
de definição de um perfil distinto
para as nações do Novo Mundo e, ao
mesmo tempo, caminhar no sentido de
integrar essas nações no sistema internacional
que emergiu do remanso da
maré revolucionária europeia. No Brasil,
como em outras nações do continente,
o desafio incontornável da definição
de uma identidade própria, cristalizado …
O século XIX nos interroga hoje pela
intensidade das transformações
que atravessaram a experiência humana
no Velho e no Novo Mundo, transformações
que reconfiguraram as relações
próprias do Antigo Regime em um
complexo sistema de hierarquias reiteradas
e de identidades compartilhadas.
Esse livro de artigos tenta buscar elementos
de definição de um perfil distinto
para as nações do Novo Mundo e, ao
mesmo tempo, caminhar no sentido de
integrar essas nações no sistema internacional
que emergiu do remanso da
maré revolucionária europeia. No Brasil,
como em outras nações do continente,
o desafio incontornável da definição
de uma identidade própria, cristalizado
nas múltiplas manifestações artísticas
desse tempo, era assim, articulado a seu
par dialógico - a necessidade de se mirar
através dos olhos dos cânones que
emanavam das matrizes civilizatórias
europeias. De ambos emergia a urgência
de traduzir a nova nação nas linguagens
compreensíveis pelo público letrado interno
e também pelos leitores do velho
continente, matriz da civilização à qual
as novas elites almejavam pertencer.
Para responder a essas urgências os homens
de letras tiveram que manejar as
ferramentas intelectuais que lhes eram
próprias - a cultura escrita e as sociabilidades
a ela pertinentes, ressignificando
também o lugar dos objetos visuais.
Os artigos que compõem o livro procuram
pensar o \"longo século XIX\" brasileiro
a partir de seus próprios repertórios
culturais, para melhor compreender
sua ainda fértil presença em nosso próprio
imaginário contemporâneo.
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